quinta-feira, 16 de abril de 2015

O Desmaio da Virgem


O Desmaio da Virgem apresenta a Virgem desmaiada ao ver Cristo na cruz, ou a carregar a cruz às costas. A cena provém das Actas de Pilatos, livro apócrifo do século II, que desenvolve de forma mais alargada o papel de Maria na Paixão de Cristo, pois os Evangelhos Sinópticos nada dizem sobre ela e o Evangelho de S. João limita a sua aparição à Stabat Mater. Assim diz o apócrifo que "ao ver a comitiva perguntou a João qual era o seu filho. Ele apontou, dizendo que era o que levava a coroa de espinhos; caiu desvanecida para trás e permaneceu por muito tempo no chão. Ao reanimar soltou uma série de exclamações. Os judeus quiseram afastá-la mas ela permaneceu firme junto a Jesus. (Actas de Pilatos 10,1). Assim, por exemplo, Van Der Weyden, no Descimento que se encontra no museu do Prado, apresenta a Virgem Desmaiada e a ser assistida por São João. Desde o século XVI se manteve, porém, que a Virgem permaneceu firme e sem desfalecer junto da Cruz. Admitir o desmaio supunha admitir duvidas a Maria sobre a pronta Ressureição de Jesus. Já no século VII, no "Livro de João, arcebispo de Tessalónica( cap.8)", São João diz aos apóstolos, antes de se aproximarem de Maria, que estava a ponto de morrer: "Agora, pois, irmãos, se permanecerdes junto dela até à madrugada, não choreis nem vos perturbeis, para que, vendo chorar os que estão ao seu redor, duvide acerca da ressureição."
Também num acrescento na Legenda Aurea de Santiago de Voragine (cap.224) lê-se: No capítulo 19 do Evangelho do seu evangelho afirma João que Maria permaneceu junto do Senhor "ao lado da cruz"; escreve o evangelista: "Estava de pé a mãe de Jesus. Estava ali, não de forma insensível e indiferente,ms tal como lhe exigia a sua santidade. Estava ali valentemente erguida e sustentada pela força interior que lhe proporcionava a sua fé".

O Descimento da Cruz, c. 1435, por Rogier van der Weyden. Museu do Prado

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