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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Santa Anastácia

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Sobre a vida de Santa Anastácia pouca informação pode ser considerada fidedigna, com exceção para o facto de que terá sido perseguido no tempo do imperador Diocleciano. Existe uma lenda que a refere como sendo filha de um tal Praetextus e que a mãe terá sido Santa Fausta de Sírmio e ainda que terá sido pupila de São Crisógono. O Seu pai seria pagão, mas a mãe como cristã te-la-á educado nos valores e na piedade cristã. Assim que a mãe morreu, o pai deu-a em casamento a uma homem chamado Publius mas, fingindo uma doença, preservou a sua virgindade. Anastácia, durante muito tempo, vestiu-se como mendiga para visitar as prisões e oferecer ajuda médica aos prisioneiros cristãos. Descoberta, foi presa. Naquele periodo foi tambem chamado Crisógono à presença de Diocleciano onde foi torturado e morto, Anastácia, viajando dali até Sirmio terá recebido o martírio. 
A Igreja Católica festeja o seu dia a 25 de Dezembro, enquanto a Igreja Ortodoxa a celebra a 22 de Dezembro, e é a única mártir que, na liturgia romana, recebeu a distinção de ser comemorada na segunda missa de Natal.
As suas relíquias encontram-se no Mosteiro de Gregoriou no Monte Atos, tendo sido transferidas de Constantinopla para lá, onde havia uma igreja que lhe era dedicada. 
Considerada mártir grega o seu nome significa “ressurreição”, um facto simbolizado pelo seu maphorion verde. Foi também chamada de Pharmakolytria, que se significa distribuidora de poções, pela sua fama de intercessora como curadora: o phial – pequeno frasco de remédios – que carrega significa o benefício curador que é a ressurreição. 
Patronato: Mártires, tecelões, viúvas e invocado em auxílio daqueles que são envenenados.

Artista Bizantino, Santa Anastácia, inícios do século XV, São PetersburgoMuseu Hermitage

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Rei dos Reis

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O casamento místico entre Cristo e a Igreja era ja prenunciado no Salmo 45: "À tua direita está a Rainha ornada com ouro de Ophir". A mãe de Cristo representa a Igreja/rainha e Cristo é o noivo, rei e sacerdote. A imagem da Mãe de Deus é pressagiada no Antigo Testamento pela Rainha de Sabá que, desenhada pela sabedoria de Salomão, desenhou conhecê-lo. O ouro de Salomão veio de Ophir. Cristo usa as vestes do ofício real e apiscopal e a sua imagem está relacionada, através da referência a Salomão, com outra variante iconográfica: o ícone da Sofia, a Sabedoria de Deus entronizado entre a Virgem e João Baptista. Icones individuais são também dedicados à imagem de Cristo como Sumo Sacerdote e repercutem as palavras do Salmo 110: "Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque." 
Cristo tem as características típicas de um czar russo. Sobre o seu sakkos episcopal vermelho, adornado com pequenas cruzes brancas, usa uma estola (omophorion) adornado com grandes cruzes negras que cai sobre o seu ombro direito até à orla das suas vestes episcopais. Vestida com trajes reais e adornada com pérolas e ouro bordado como uma imperatriz bizantina, Maria usa também uma coroa preciosa e segura um ceptro na sua mão, relembrando a cena a visita da rainha de Sabá a Salomão. Se Cristo é o o noivo, João Baptista é o amigo do noivo que se regozija por ele. No pergaminho que o profeta segura na sua mão lê-se: "O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e o ouve enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo."

Mestre sérvio "À tua direita está a Rainha", ca. 1380, Moscovo, Kremlin, Catedral da Dormição

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

O Anjo do Grande Conselho

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Este tema aparece pela primeira na Rússia no século XV, revivendo a iconografia Bizantina do Anjo do Grande Conselho. Cristo é retratado como o jovem Emanuel, usando o sticharion de mangas compridas e largas, ornado com pérolas. Os atributos de Cristo, o Anjo do Santo Silêncio, são uma beleza que é "a imperecível jóia de um espírito gentil e sereno" ( 1 Pedro 3:4); uma presença discreta que " Não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a sua voz na praça." (Isaías 42:2); a docilidade "Ele foi oprimido e afligido;
e, contudo, não abriu a sua boca;como um cordeiro,foi levado para o matadouro;e, como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada,
ele não abriu a sua boca.( Isaías 53:7). A ausência de qualquer pergaminho, bem como as mãos colocadas em cruz sobre o peito - a forma que os Ortodoxos assumem quando recebem a Comunhão - expressam o silêncio do Salvador e o seu convite à oração interior, inspirado pela invocação de David: " Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios" (Salmos 141:3) Os mais mais tardios mostram um halo em forma de estrela sobre a cabeça e asas, símbolos da energia que dá vida ao cosmos. Ambos são atributos da Sabedoria Divina.

Escola de Moscovo, Santo Silêncio, segunda metade do século XVIII, Collezione Bucceri_De Lotto.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A Eleousa

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A Eleousa ou Virgem da Ternura, uma variante de uma mais antiga e solene a Hodogetria, expressa a intensidade do amor e do afecto entre a Mãe e o Menino Jesus. Maria abraça Jesus próximo a si , os seus rostos deixam de ser estáticos e virados para a frente, passam a voltar-se um para o outro, com as bochechas encostadas, enquanto o Filho agarra o seu manto.
A Eleousa espalhou-se por Bizâncio e pela Rússia no século XII, sendo o ícone mais famoso desta representação a Virgem de Vladimir.
A ternura da expressão arrebatada de Maria enquanto ela inclina o seu rosto como que para receber um beijo de Jesus, expressa profunda afeição, velado pelo pensamento da futura Paixão do Menino. O seu rosto, emoldurado pela borda dourado do seu maphorion, apresenta uma inefável beleza espiritual, conseguido através de um suave "chiaroscuro; o lóbulo da sua orelha mal se vê debaixo da sua cobertura.
O himation de Cristo rendilhado pela fina filigrana dourada, tem uma banda azul no seu ombro. A sua mão direito descansa sobre o ombro de Maria enquanto a sua mão faz o sinal de benção. A mão esquerda, entretanto, segura um pergaminho e descansa sobre os seu joelhos que aqui, de foram pouco comum, estão descobertos. Com os joelho flectidos, o Menino está recolhido nos braços de Maria que o segura com o seu antebraço esquerdo (dexiokratousa) enquanto a sua mão direita cinge as pregas do manto de Jesus.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Iconostasis

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Nas igrejas do século III do Oriente, templon era uma parede aberta que separava a nave do santuário (bema). Mais tarde, por volta do século IX,imagens da Virgem e de Cristo foram adicionadas entre as suas colunas. No século XIV os ícones começaram a ser organizados em filas, de acordo com estritas regras iconográficas e teológicas. No fundo, directamente acessível ao crente, estão representados ícones de Cristo, da Virgem, do Arcanjo Miguel e do santo patrono da igreja. A segunda fila inclui ícones individuais de formato grande, como São João Baptista, a Virgem e vários santos, numa composição conhecida por Deesis, como intercessores ou também ao lado de Cristo entronizado. O terceiro registo apresenta ícones das doze grande festas litúrgicas Bizantinas. Este ciclo é chamado de Dodekaortom; as iconostasis mais complexas podem incluir, catorze, dezaseis ou até mais festas. Os dois registos superiores são dedicados aos patriarcas e profetas e estão centrados, respectivamente, em ícones da Trindade e da Virgem. A iconostasis é lida na horizontal mas também na vertical, ao longo da simetria axial (desde a Trindade acima até à Anunciação abaixo) criado pelas portas reais

(Falarei das "portas reais" numa próxima)

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The Iconostasis

In third-century churches in the East, the templon was an open wall separating the nave from the sanctuary (bema). Later, around ninth century, images of the Virgin and Christ were added between ist columns. In the fourtheenth century, icons begab to be arranged in tiers, according to strict iconographical and theological rules. At the bottom, directly acessible to the faithful, are icons of Christ, the Virgin, the archangel Michael and the patron saint of the church. The second tier includes large-format individual icons, with Saint John the Baptist, the Virgin, and various saints, in a composition known as the Deesis, as intercessors on either side of the enthroned Christ. The third register features icons of the twelve great Byzantine liturgical feasts. This cycle is called the Dodekaorton; the more complex iconostasis might include fourteen, sixteen, or even more feasts. The two upper registers are devoted to the patriarchs and prophets and are centered, respectively, on icons if the Trinity and of the Virgin. The iconostasis thus is is read horizontally, but also vertically, along the symmetrical axis (from the Trinity above to the Annunciation below) created by the royal doors.

(I will talk about royal doors in a next post)
 
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