quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Santa Cecília



Romana de origem nobre da família dos Metelos, educada como cristã, carregava sempre consigo os livros dos Evangelhos e orava continuamente para preservar a sua virgindade. Estava prometida em casamento a um jovem Valeriano e, apesar dos seus esforços para dissuadir os seus pais, nada os consegiui demover e o casamento concretizou-se. No dia da sua boda, estando a sós como o noivo Cecília revelou ser cristã alegando ainda que um anjo protegia a sua pureza consagrada a Deus. Ao escutar estas palavras o jovem esposo respeitou o seu voto, converteu-se e recebeu o baptimos, juntamente com seu irmão Tibúrcio. Como prémio, um anjo apareceu na câmara onde se encontravam os dois, coroando-os como coroas de rosas e açucenas. Almaquius, prefeito de Roma, tomou conhecimento da conversão dos dois irmãos. Ao serem chamados ao tribunal para abandonarem a nova religião, ter-se-ão recusado o que lhes valeu o martírio. Assim também a esposa de Valeriano foi intimada a comparecer e a prestar homenagem aos deuses de Roma, mas o seu discurso perante os soldados sobre o fé cristã revelou-se tão eloquente que os soldados desistiram. Foi então submetida a uma série de torturas que passaram desde ser trancada no balneário de sua casa para morrer asfixiada pelo vapor até ser colocada numa caldeira de água a ferver, mas de ambos saiu ilesa. Foi então condenada à pena capital: decapitação. O seu carrasco desferiu três golpes sobre o seu pescoço o que não foi suficiente para separar a cabeça do corpo. Como um quarto golpe não era permitido pela lei, Cecília ferida de morte terá agonizado por três dias nas ruas de Roma, tendo dividido os seus bens pelos pobres nesse período de tempo. Ao fim de três dias morreu sendo sepultada nas catacumbas de São Calisto.

Atributos iconográficos: Palma, coroa de rosas, livro, espada e orgão. O orgão generalizou-se como atributo desde o século XVI, desprezando praticamente os restantes. Tem a sua origem na texto latino da sua Passio, obra do séc. VI, que relata que no dia do seu casamento, enquanto soavam os orgãos durante a cerimónia, Cecília cantava no seu interior pedindo a Deus que mantivesse o seu coração e o seu corpo imaculados: "cantatibus organis Caecilia in corde suo soli Domin decantabat dicens: "Fiat cor et corpus meum immaculatum"". Uma tradução errada induziu a pensar que seria ela mesma que tocava o orgão e por isso é considerada padroeira da música sacra e, na qualidade de tal, é padroeira da música e músicos em geral, pelo que pode ser representada com qualquer instrumento.

Festa litúrgica: 22 de Novembro


Michiel Coxcie, Santa Cecília acompanhada por três anjos, 1569, Museu do Prado.

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