A maior de todas as cenas do cristianismo e uma das mais representadas em arte, é da Paixão e morte de Cristo. Todos os quatro evangelistas relataram detalhes deste episódio, que é o da Crucificação; Inicialmente, a figura solitária de Jesus vai encher-se de outras que o acompanharam como Maria sua mãe, Maria Madalena e as outras Marias, João, os soldados romanos, escribas, membros do Sinédrio.
Nesta pintura podemos reter alguns detalhes iconográficos: no primeiro plano Maria desmaia de dor ao ver o Seu filho morto após três horas de agonia, sendo amparada pelas pias mulheres. Junto a Cristo, vemos Longinus, o soldado que feriu Cristo com a sua lança. Ao fundo vemos o céu que se torna negro no momento em que Jesus morre. Do outro lado de Cristo, vemos um outro soldado que faz chegar pela ponta de uma cana uma esponja embebida em vinagre, pois jesus havia-se queixado de sede; Meios inclinados sobre o solo, vemos no primeiro plano, os restantes soldados que lançam os dados para tirarem sortes sobre a túnica de Jesus pois era extremamente valiosa pelo facto de ser tecida de uma peça única e não possuir costura. Um baldo virado ao contrário, alude para a mistura de fel e vinagre que foi dado a beber a boca de Cristo; ao mesmo tempo, na tradição da imaginária flamgenga, um recipiente vazio com a sua boca exposta é uma referência ao demónio. Por último é importante referir o crânio aos pés da cruz, identificada como sendo de Adão, por forma a ligar o pecado original com a redenção trazida por Cristo.
Maerten van Heemskerck, Golgotha, ca. 1540, Sao Petersburg, Hermitage.
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