sexta-feira, 13 de maio de 2016

Wilgefortis, a Santa barbada


A história que envolve esta alegada virgem e mártir de tão insólita que é chega a causar alguma confusão, sendo resultado da combinação de várias lendas, que o imaginário popular tratou de unir. Primeiro, o próprio nome, Wilgefortis ou Wilgeforte – virgem forte, oferece-lhe um nome que nasceu associado à sua lenda, embora em diversos países recebe um sem número de nomes. Esta santa não raras vezes é associada como sendo santa Liberata, uma das irmãs de Santa Quitéria (a explicar num próximo post), que terá recebido o martírio às mãos do próprio pai. A lenda coloca-a em Portugal. Ou melhor, no território atualmente português, na zona de Braga. Senda a jovem de atraente feição o seu pai, que seria um rei de nome ??? tê-la-á prometido em casamento a um rei da Sicília ao qual Wilgeforte, desesperada, não sabia como fugir, pois não desejava aquele matrimónio. Orou assim a Deus pedindo que a tornasse tão feia e repugnante que homem mais nenhum havia de desejá-la. Como resposta ao seu pedido, cresceu-lhe uma farta e hirsuta barba que lhe deu feições masculinas. O rei, ao conhecê-la achando que zombavam dele por tamanha afronta, pôs fim ao acordo. O pai da santa ao vê-la e podendo explicar aquele insólito feito como obra de feitiçaria, mandou crucificar a própria filha, da mesma forma como havia morrido aquele a quem tanto amor devotava.

Iconograficamente apresenta-se vestida como uma jovem mulher tendo por vezes o arminho aos ombros, de cabelos longos e barbada e estando sempre já crucificada.  
A sua festividade é a 20 de Julho e tem como padroado o poder de desfazer casamentos indesejados, como não poderia deixar de ser. 

Santa Wilgeforte, Livro de Horas usado em Sarum (Salsbury), séculos XV ou XVI.

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