terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Epifania


Os presentes na Epifanina são três, o que levou a sugerir o número de personagens: Melchior, rei dos Persas, Baltasar, rei dos indíos, e Gaspar, rei dos Árabes. Foi estabelecida uma ligação entre o facto de que os reis se deslocaram a Belém com preciosos presentes, acompanhados de uma comitiva, e de etiquete diplomática, que exigia a prestação de uma homenagem. Os presentes dados pelos Magos a Cristo foram ouro, um símbolo da sua realeza, incenso, símbolo do seu ministério sacerdotal e mirra, um símbolo da sua encaranação como homem mortal, destinado a morrer e a ser sepultado. São Bernardo, contudo, preferiu uma explicação mais terra-a-terra: o ouro seria para aliviar a pobreza de Maria e José, o incenso para perfumar o ar do estábulo e a mirra para fortalecer a saude da criança. Na arte medieval os Magos são Reis com características ocidentais, onde um deles apresenta um ar muito jovem. Depois do século XIV os reis passaram a ser representados como sendo a representação das três idades, raças e continentes.
Nesta pintura podemos observar José no meio da composição, que eleva o seu olhar para o céu. O boi, o jumentos e as ovelhas e pastores afastam-se para darem espaço aos Magos e seus séquitos. Os reis apresentam-se com os seus presentes -ouro, incenso e mirra- cujos recipientes se tornaram cada vez mais preciosos na pintura do norte da Europa. O ceptro que descansa junto aos pés de Maria e Jesus é um sinal do homenagem dos reis a um soberano mais poderoso do que eles. No chão, os azulejos são de grande qualidade, mas mostram-me partidos e desnivelados; o chão simboliza o declínio da antiga civilização, que foi restaurada e renovada pela vinda de Cristo.

Mabuse, A Adoração dos Reis, 1500-1515, Londres, Galeria Nacional

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