O profeta Moisés, líder do povo hebreu, apascentava o rebanho do seu
sogro Jetro nas encostas do Monte Sinai, quando viu uma sarça que ardia
mas que não era consumida pelo fogo. Confuso pela invulgar aparição,
começou a aproximar-se quando ouviu a voz de Deus ordenando-lhe que
retirasse as sandálias dos pés, pois caminhava em solo sagrado. Posto
isto, Deus confiou-lhe a missão de liderar o seu povo, que se encontrava
oprimido na terra do Egipto como escravo, para a terra de Canãa.
A sarça ardente é interpretada como símbolo da virgindade de Maria, ela
que deu a luz Cristo e permaneceu intacta. Por esta razão, em algumas
representações deste episódio os artistas adicionam a figura da Virgem
segurando o Menino no centro da sarça com Jesus a segurar um espelho no
qual duas figuras estão reflectidas. Este detalhe alude à Imaculada
Conceição, e a Maria como "speculum sine maculae: o espelho sem mancha",
a única figura humana que nasceu e viveu livre do pecado original,
assim somente Ela poderia espelhar a figura de Cristo sem a distorcer.
Num próximo post falarei sobre o Pecado Original e sobre o facto de
Maria ter nascido sem mancha de pecado e o que isso significa, pois
parece haver uma série de dúvidas em relação a esse tema.
Nicholas Froment, A sarça ardente, 1476, Saint- Saveaux, Aix-en-Provence
Nicholas Froment, A sarça ardente, 1476, Saint- Saveaux, Aix-en-Provence
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