domingo, 2 de agosto de 2015

A sarça ardente e Maria


O profeta Moisés, líder do povo hebreu, apascentava o rebanho do seu sogro Jetro nas encostas do Monte Sinai, quando viu uma sarça que ardia mas que não era consumida pelo fogo. Confuso pela invulgar aparição, começou a aproximar-se quando ouviu a voz de Deus ordenando-lhe que retirasse as sandálias dos pés, pois caminhava em solo sagrado. Posto isto, Deus confiou-lhe a missão de liderar o seu povo, que se encontrava oprimido na terra do Egipto como escravo, para a terra de Canãa. A sarça ardente é interpretada como símbolo da virgindade de Maria, ela que deu a luz Cristo e permaneceu intacta. Por esta razão, em algumas representações deste episódio os artistas adicionam a figura da Virgem segurando o Menino no centro da sarça com Jesus a segurar um espelho no qual duas figuras estão reflectidas. Este detalhe alude à Imaculada Conceição, e a Maria como "speculum sine maculae: o espelho sem mancha", a única figura humana que nasceu e viveu livre do pecado original, assim somente Ela poderia espelhar a figura de Cristo sem a distorcer.
Num próximo post falarei sobre o Pecado Original e sobre o facto de Maria ter nascido sem mancha de pecado e o que isso significa, pois parece haver uma série de dúvidas em relação a esse tema.

Nicholas Froment, A sarça ardente, 1476, Saint- Saveaux, Aix-en-Provence

0 comentários:

Enviar um comentário

 
Lovingly designed by Tasnim