domingo, 2 de agosto de 2015

Santa Quitéria


Quitéria terá sido uma de nove irmãs, gémeas, nascidas alegadamente em território actualmente português, no séc. II da nossa era. Filhas do governador da província romana de Bracara Augusta, Lúcio Severo e de sua esposa Cálcia Lúcia. Na noite quem que as nove irmãs nasceram, Lúcio estava ausente acompanhando o imperador Adriano. Achando supersticioso o facto de ter gerado de uma só vez nove crianças, e com medo que o marido a acusasse de traição, chamou Cita, sua criada e mandou que as afogasse no rio Este. Mas esta, cristão em segredo, levou as meninas e entregou-as a Santo Ovídeo, arcebispo de Braga, que as baptizou e lhes deu os seguintes nomes: Quitéria, Eufémia, Germana, Liberata (ou Librada), Vitória, Basília, Marinha, Genebra e Marciana. Criadas por piedosas famílias cristãs, quando adolescentes tomaram conhecimento do seu destino e numas das perseguições aos cristãos foram presas e levadas diante do seu pai. Assim, ele desejou logo que Quitéria casasse com um cortesão de nome Germano que ela terá recusado tendo sido decapitada pelo próprio a 22 de Maio de 135.
Festa litúrgica: 22 de Maio
Iconografia:
Atendendo aos episódios iniciais da sua vida, relacionados com as suas irmãs, Santa Quitéria costuma ser representada juntamente com elas. Na sua representação tem a palma do martírio; representado com um cão na coleira; e com a cabeça nas mãos, que emerge do mar. Na representação de Santa Marinha, a jovem mártir possui como atributos a palma do martírio e a espada, instrumento alusivo à sua decapitação. Por sua vez, a iconografia de Santa Vitória coloca-lhe, na mão direita, a palma e na esquerda uma bandeja, sobre a qual se encontram dois seios. Neste aspecto particular, poderá ter havido alguma confusão iconográfica com sua irmã, Santa Marinha, a qual sofreu, efectivamente, queimaduras no peito causadas por um ferro incandescente.Santa Genebra possui, como atributos, a palma e um cutelo, sem que sejam conhecidos pormenores do seu martírio que justifiquem a representação de tal instrumento. O pouco que se conhece sobre Santa Marciana também não permite esclarecer o facto de se encontrar representada, no Santuário de Felgueiras, com a espada na mão direita, embora se compreenda a figuração do livro na esquerda. Por sua vez, Santa Liberata, devido ao facto de, segundo a tradição, ter sofrido o suplício da cruz, pode estar representada com os braços em cruz, como se estivesse crucificada ou, em alternância, sustentar a cruz numa das mãos, enquanto na outra apresenta a palma do martírio. A espada, como instrumento do martírio de Santa Eufémia, é um dos seus atributos, juntamente com a palma, como sucede com outras das suas irmãs.
Gravura do conjunto das nove irmãs, outrora veneradas no Colégio de São Lourenço, dos Religiosos Agostinhos Descalços do Porto

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