Isabel Flores de Oliva, nasceu em Lima a 20 de Abril de 1586. Aos três meses, a sua mãe, María de Oliva y Herrera, acordou sobressaltada durante a sesta perante os gritos da ama que embalava o seu berço. Ao aproximar-se viu uma rosa nas feições da sua filha e, assombrada pela visão, pegou na menina e disse-lhe: “ Vida minha, enquanto Deus me conceder vida, não hás-de ouvir da minha boca outro nome senão Rosa.” Desta forma, trocou o seu nome por Rosa de Santa Maria, pois uma aparição da Virgem confirmou que devia adoptar o novo nome. A partir deste momento a biografia piedosa de Santa Rosa reproduz os clichés hagiográficos de Santa Clara de Assis e de Santa Catarina de Sena, especialmente da última, a quem Rosa havia tomado por protectora e cuja vida quis imitar. A santa de Sena apareceu-lhe em múltiplas ocasiões, e inclusivé ela mesma lhe terá imposto o hábito da Ordem Terceira de São Domingos quando Rosa tinha 20 anos, em 1606. Também santa Rosa fez, muito cedo, promessa de castidade cortando o cabelo para evitar as tentações da sua beleza; e também recebeu de Jesus o privilégio de fazê-la sua esposa. Das mortificações a que submetia o seu corpo, os seus biógrafos destacam a coroa de espinhas que tinha escondida debaixo da sua touca e que feria a sua fronte e a peculiar maneira que tinha de lutar contra o sono: segurando-se pelo cabelo à parede. Morreu a 24 de Agosto de 1617, com trinta e um anos.
Atributos iconográficos: Coroa de Rosas e espinhos; Menino Jesus nos seus braços ou ao centro de um ramo de rosas. Na América é representada com uma âncora, símbolo da sua protecção sobre Lima, pois atribui-se à sua intervenção a retirada do pirata Georg von Spilbergen do porto de Callao. Também uma palma e, em certas ocasiões, uma maqueta de igreja por ter profetizado a construção de um mosteiro dedicado a Santa Catarina de Sena.
Santa Rosa veste alba, escapulário e touca brancos e manto negro, cores da Ordem Dominicana. É representada sempre muito jovem, sendo a sua imagem mais característica aquela em que é representada com o Menino Jesus, tanto na cena dos desposórios místicos como de forma mais genérica, aludindo a muitos dos seus encontros em que o Menino aparece enquanto Rosa cose no pátio do convento. Também se tornou frequente representar a sua morte. Neste pintura em particular, vemos São Domingos que apresenta Santa Rosa de Lima a Deus pelas mãos de Maria, acompanhada de seu filho, como fragante flor da ordem dominicana. A santa encontra-se ajoelhada num jardim de rosas, sendo ela considerada a mais a mais perfeita e perfumada, e que São Domingos mostra a Maria e esta por sua vez a apresenta a Deus, através do simbolismo da rosa
(para compreender a simbologia da rosa ver o álbum "simbologia das flores")
Autor desconhecido, século XVIII. Casa de Ejercicios de Santa Rosa, Lima.