quarta-feira, 15 de abril de 2015

Banho ao Menino



A iconografia representada neste mosaico de Pietro Cavallini que se encontra na Igreja de Santa Maria em Roma, foi perdendo para uma outra mais condizente com o dogma da Imaculada Conceição. Segundo o relato dos evangelhos apócrifos Maria terá entrado em trabalho de parto e José terá saído à procura de parteiras de forma a ajudarem Maria. Quando chegaram já a criança havia nascido e o que o mosaico retrato é o banho ao Menino. Esta iconografia foi sendo suprimida também graças às revelações de Santa Brígida da Suécia, onde ela revela que Maria terá tido um parto limpo, indolor e sem mácula; sendo assim a criança nasceu pura e de natureza divina e a presença das parteiras deixou de ser necessária. Também pela influencia das visões da Santa padroeira da Suécia Maria deixou de ser representada reclinada, como se estivesse cansada após dar a luz. Ela passa a afigurar-se imediatamente de joelhos em posição de adoração ao Deus Menino, que passa a irradiar luz própria - pois ele é a luz do Mundo - ao invés de ser iluminado pela Estrela de Belém. 

A Natividade passa a apresentar apenas as figuras principais - Maria, José e Jesus em adoração à criança recém-nascida e mantém as figuras do boi e do jumentos que não são referidos nos evangelhos canónicos, mas os apócrifos referem como também eles deixaram de comer assim que a criança nasceu e passaram a Adorá-l'O. Tentando um desligamento dos ícones bizantinos que representam o menino enfaixado e deitado num berço que se assemelhe como que a um sarcófago, que alude a uma pré-figuração da sua Paixão e Morte, passa a ser representado nu ao colo da Maria ao deitado no chão como símbolo da sua humanidade.

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