sábado, 7 de maio de 2016

Descida ao Limbo


Ainda que existam referências bíblicas, este tema procede fundamentalmente das Actas de Pilatos (17-27, s.II). Conhecido como a descida ou inferno podem também chamar-se de Descida ao Limbo, lugar do Hades onde estão presos os justos, que esperam a chegada do Redentor. A arte bizantina represntou este tema com acentuada frequência, pois a descida aos infernos ou Anástasis era uma das doze grande festas de ano. As representações ilustram as primeiras palavras do capítulo 24: "Enquanto assim apostrofava no Inferno a Satanás, estendeu a sua dextra o Rei da glória e como ela tomou e levantou o primeiro pai, Adão." Pelo chão espalham-se os pedaços das portas do inferno. Jesus carrega a bandeira da ressurreição, a cruz ou o báculo crucifero; seja qual for o caso é o símbolo da sua vitória sobre a morte. "Então todos os Anjos de Deus rogaram ao Senhor que deixasse nos infernos o sinal da Santa Cruz, signo da vitória, que que os seus perversos ministros no conseguissem reter nenhum não-culpado a quem o Senhor tenha absolvido. E assim se fez; e pôs o Senhor a sua cruz no meio do inferno, que é sinal de vitória por toda a eternidade." (cap. 26). O triunfo sobre o mal assinala-se com o diabo vencido aos seus pés, ou preso debaixo das portas do inferno. A iconografia do infero foi imaginada de diversa formas; na iconografia medieval é frequente a imagem de uma gruta rodeada de monstros, ou de uma grande boca aberta, permitindo a saída dos santos. Essa boca infernal faria alusão ao monstro marinho que manteve Jonas no seu ventre durante três dias, pré-figuração para a Descida ao Limbo.


Descida ao Limbo - detalhe, Bíblia de Ávila, século XIII

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