quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A atribulada infância de Jesus - parte II


A seguidora Danielle Rocha aguarda ansiosamente por esta publicação, por essa razão, hoje saiu.
Já havia falado sobre o tema do Regresso da Fuga, agora voltando um pouco atrás trago a Fuga para o Egipto.
Dos quatro Evangelhos Canónicos, apenas são Mateus faz referência a esta passagem numas breves linhas: "Lavanta-te, toma o Menino e Sua mãe e foge para o Egipto; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar(...). " (MT 2:13). Este aviso chegou a José sob a forma de um sonho onde um Anjo lhe dá ordens específicas sobre como dever proceder. Uma vez mais é a Legenda Aurea e os Evangelhos Apócrifos que recheiam estes episódios de forma mais rica e mais fantasiosa. Ora presumivelmente, esta Fuga deu-se depois da Epifania (ou Adoraçao dos Magos) quando estes não quiseram ceder a Herodes a localizaçao de Jesus. Novamente, os Apócrifos da Infância dizem-nos que quando se deu o momento da Epifania tinha Jesus dois anos - o que pode justificar a ordem da Matança dos Inocentes a todos os meninos dos dois anos para baixo. O tema da Fuga, por vezes confundido com o do Regresso, apresenta detalhes iconográficos importantes para marcar a diferença: a Fuga dá-se com Maria sentada no jumento e Jesus é ainda bebe sendo o Regresso o oposto Jesus é já uma criança e caminha a pé com os pais. Escolhi propositadamente esta representação porque ela apresenta cenas em continuidade, ou seja, é um acontecimento com micro acontecimentos. Na primeira perspectiva vemos a família que foge, mas mais ao fundo vemos outras representações, todas elas de tradição apócrifa que ficarão para uma próxima.


Mestre das Meias-Figuras Femininas (Holandês activo entre 1525-1550), A Fuga para o Egipto, c. 1530-35.

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