quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

A Visitação


Chama-se Visitação ao programa iconográfico em que Maria, grávida, visita a sua prima mais velha, Isabel, também ela grávida de Joao Baptista, o Percursor. A fonte deste tema é uma passagem do Evangelho de Lucas: "Por aqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se à pressa para a montanha, a uma cidade da Judeia. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Pois, logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio. Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor.» ( Lucas 1, 39-45). Quanto tempo permaneceu Maria junto de Isabel? As estimativas oscilam entre vários dias e vários meses. De acordo com uma tradição bizantina recolhidas das Homilias do monge Santiago, a Virgem teria permanecido até ao nascimento de João, assistindo inclusivé ao parto. São cinco os diferentes episódios em que o tema pode ser retratado.1: A Viagem, 2: o Encontro - onde a) as duas mulheres podem saudar-se à distância; b) podem abraçar-se de pé: c) Isabel ajoelha-se diante de Maria; d) a representação da gravidez com os dois embriões em transparência "in utero". Aqui podem também ser acrescentados personagens acessórios, como os maridos de ambas e as duas Marias, irmãs da Virgem. 3: Maria canta o Magnificat; 4:A Virgem assiste ao nascimento do Baptista e 5: O Regresso a Nazaré e a sua justificação (em relação à gravidez).
A Festa da Visitação que por lógica deveria ser antes da Festa da Anunciaçãio celebrada a 25 de Março, foi trasladada para o dia 2 de Junho. Esta representação com a evidência dos dois bebés que crescem nos ventres, foi proibida após o Concílio de Trento pelo que é um tipo iconográfico altamente medieval.


Escola Castelhana, A Visitiação da Virgem a Santa Isabel, c. 1451-1500, Museu Galdiano, Madrid.

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